"A Senhorita X afirma que não tem mais cérebro nem nervos nem peito nem estômago nem tripas, somente lhe restam a pele e os ossos do corpo desorganizado [...]"

quarta-feira, 10 de março de 2010

fome, sede - vontade.


eu sinto uma fome intensa de engolir o mundo – numa só garfada.
sinto-me sedenta de beber mares e oceanos, rios e cachoeiras, sangue e álcool.

num impulso, não sei mais que sou: viro criatura amorfa sem pudores, sentimentos, respeito... nada mais importa além da vontade. esta, ah, esta reina soberana sobre meu ser [em cada ato, em cada palavra de sal, em cada lágrima doce – minha ou de outros].

vontade: que me trás desespero, angústia, pulsão, morte, vida, felicidade [quase sempre, tudo isso é clandestino], marca nos pulsos, no braço dele, em minhas pernas... nas pequenas feridas.

§

não consigo dar ordem ao meu caos - o caos cá dentro. creio que explodirei em milhões de estrelas.

 
meu amor, meu bem, sacie e mate, minha fome de vampiro se não eu piro [...] não me desampare, ou eu desespero!”
- zeca baleiro.

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