óh, meu amor, como os seus medos estavam invertidos.
você não faz ou fez mal à quem quer que seja.
não deveria jamais ter tido medo de me machucar, pois, eu sabia, que o primeiro golpe [e provavelmente todos os outros] seriam desferidos por mim.
cravei uma faca em seu peito e não sei como tirá-la.
queria curá-lo e o feri ainda mais.
mas, agora, agora sei o queve ser feito de mim:
1. corte minhas mãos. elas jamais acariciaram alguém. apenas arranham, machucam, são providas de unhas venenosas: mãos de um midas. depois, queime-as, e te garanto, meu amor, que para onde forem suas cinzas nada nascerá além de ervas venenosas.
2. corte meus pés. eles sempre estarão andando por caminhos irônicos e egoístas. são pés sarcásticos, patas de bode. queime-os também e o destino do local de suas cinzas será o mesmo de minhas mãos.
3. machuque todo o restante do meu corpo, como num suplício medieval. esse corpo é o que carrega a maldade [tenha certeza de que a cabeça seja bem triturada], depois, faça dele o que quiser, mas não o toque. há sangue de sicuta correndo por minhas veias.
e então, só então, não te farei mais sofrer.
é provável que sinta minha falta, mas a hipótese é quase correta: morta te farei menos mal do que viva.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
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