olhou de cima e observou a criatura amada na posição que gostava de ficar e fazer ficar.
as marcas – negras e vermelhas – tornavam tudo mais excitante, mas era preciso calma.
tocou, devagar, com a ponta da língua as áreas em torno daquilo que queria explorar melhor. experimentava devagar. sentia os gostos e os cheiros e excitava-se com aquilo que ainda não havia feito.
molhou a ponta dos dedos e passou, com leveza, o indicador em seu cu. num momento, sua língua já não experimentava levemente. sugava. beijava. queria aquele gosto em sua boca mais que já quis muitos, muitos outros.
então, preparou-se.
– devagar.
obedeceu. sempre obedecia. mas nem sempre se continha.
quando enfiava com mais força ouvia gemidos mais altos, gritos...
enrabava seu dono, seu senhor. o ouviu gozar de quatro, como mulher.
[gostava[m] daquilo]
o sentiu estremecer e ouviu seus gemidos, grunhidos: devir animal – cão e cadela em inversão; devir masoquista: senhor e escrava. violência que devém.
gozo que devém: dois como matilha de cães – involução.
[contaminação do desejo-prazer-gozo de um no outro]
§
“quem não conheceu a violência dessas sequencias animais que, o arrancam da humanidade mesmo que por um instante [...]?”
- deleuze; guattari.
Uma vez li, sei lá onde, que não há evolução, nem involução...só desenvolvimento. Sei lá se acredito nisso, mas até hj não usei essas palavras outra vez... "[gostava[m] daquilo]" é isso que faz bem eu acho..
ResponderExcluirlindo texto..bj :D
obrigada, meu querido.
ResponderExcluircreio que gostar do que se faz, em qualquer sentido, é o que faz bem.
;*
p.s.: involução é um termo que o deleuze e o guattari usam no quarto platô para falar sobre os devires animais entre outras coisinhas.